Morte de adolescente gera ira de Guarani

20 março 2013

Índios Guarani viajaram a Brasília para denunciar a violência que têm que suportar © MPF/Survival

Esta página foi criada em 2013 e talvez contenha linguagem obsoleta.

Índios Guarani viajaram à capital brasileira, Brasília, para denunciar o ‘completo desrespeito’ e ‘permanente estado de violação de seus direitos humanos’ que têm sofrido em uma onda de morte e violência que tem tomado as suas comunidades.

No mês passado, um menino Guarani de 15 anos, Denilson Barbosa, foi morto num ataque, alegadamente pelo dono da fazenda que ocupa parte da terra ancestral dos indígenas.

Desde então, diversas comunidades têm reportado intimidações por parte de pistoleiros e tiros ao alto, enquanto três Guarani morreram por causas desconhecidas. Tais mortes têm sido tratadas como misteriosas.

Líderes Guarani têm recebido ameaças de morte por meio de ligações anônimas, e eles temem que as suas movimentações estejam sendo monitoradas pelos pistoleiros dos fazendeiros.

Após ver muito de sua terra ser tomada por fazendas e plantações de cana de açúcar, milhares de Guarani vivem em reservas superpovoadas ou em acampamentos às margens de estradas. Os seus esforços de retomada de suas terras ancestrais, de direito deles de acordo com a lei brasileira e internacional, muitas vezes terminam em violência.

A delegação de sete líderes Guarani encontrou-se com várias autoridades governamentais em Brasília, e pediram pela demarcação das terras Guarani e a implementação de um programa de segurança emergencial, o mais rápido o possível.

Eles também demandaram por uma investigação do fazendeiro que alegadamente é responsável pela morte de Barbosa, e que o mesmo fosse levado aos tribunais.

Muitos Guarani foram mortos por pistoleiros nas últimas décadas, em quase todos os casos, os perpetuadores não foram punidos.

No começo desse ano, centenas de Guarani recordaram o aniversário de dez anos do assassinato do líder internacionalmente reconhecido, Marcos Veron. O seu assassino permanece em liberdade.

A Survival está instando para que o governo entregue a terra ancestral aos Guarani, antes que sejam forçados a enfrentar mais assassinatos.

Os Guarani declararam, ‘Nós lideranças Guarani e Kaiowá temos certeza que somente a demarcação e devolução definitiva das partes de [nossos] territórios antigos superarão a miséria e fome indígenas além de garantir as vidas mais dignas da nova geração dos Guarani e Kaiowá’.

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