Na véspera da COP28, ONGs publicam declaração sobre despejos de indígenas Ogiek no Quênia

29 novembro 2023

Uma casa Ogiek foi queimada durante uma série de despejos. © OPDP

Três organizações de direitos humanos publicaram uma declaração denunciando os despejos ilegais do povo indígena Ogiek pelo governo do Quênia, e evidenciando como os créditos de carbono podem ser usados para roubar terras indígenas.

Na declaração, as organizações Survival International, Amnesty International e Minority Rights Group destacam que “povos indígenas não podem ser ‘expulsos’ sem seu consentimento livre, prévio e informado, e que, sem tal consentimento, esses despejos são ilegais.”

Estima-se que 167 casas Ogiek e uma escola foram destruídas na floresta de Mau apenas na mais recente série de despejos - despejos que já vêm acontecendo há anos.

Daniel Kovei, diretor executivo do Ogiek Peoples’ Development Program disse: “Isso é um governo comendo suas próprias crianças.”

Os despejos também violam duas decisões inéditas da Corte Africana.

As organizações destacam que o Quênia recentemente assinou acordos que irão abrir caminho para o reflorestamento e a produção de créditos de carbono em milhares de hectares de terra.

Esses projetos, juntamente com outras iniciativas para expandir o mercado de créditos de carbono no sul global, podem alimentar/aumentar drasticamente o roubo de terras indígenas, trazer mais  financiamento para projetos de modelos coloniais de “conservação ambiental”, e levar a um aumento ainda maior de despejos de povos indígenas de seus territórios.

Leia a declaração.

 

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